terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Universo (Alberto Caeiro)

O Universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O SURF como meditação

Ao contrário do que a grande parte das pessoas pensam, meditar não implica necessariamente estar sentado ou deitado sem movimento físico. Na verdade podemos meditar a qualquer altura e instante, na caminhada, comendo, namorando, ou mesmo praticando algum esporte. O que é importante é que estejamos consciente daquilo que estamos a fazer, estarmos 100% concentrados e fundidos com a ação. Nestes momentos a mente encontra-se em repouso do constante frenesim caótico de pensamentos e por isso são momentos de profunda calma e relaxamento que nos trazem uma enorme satisfação. São momentos de consciência em que estamos totalmente conscientes do momento sem nos distrairmos num supérfluo enredo de pensamentos. Estes momentos proporcionam-nos paz, bem-estar, saúde, concentração, consciência, criatividade e crescimento pessoal. Meditar é viver o momento presente.

O SURF conecta-nos com o momento

Qual o surfista que ainda não se perguntou o que é que o liga tão intensamente ao surf? Que esporte, arte ou filosofia de vida é esta que faz com que cada vez que mergulhamos no oceano esqueçamos tudo, como uma purificação mental que a energia das ondas produz em nós? Uma ausência de tempo em que “limpamos” a mente e simplesmente vivemos o momento.Talvez porque num mundo de consumo rápido em que se vive a “tirania do tempo”, onde sempre se tem de ir a algum lado, o surf permita um simples momento de desprendimento e despreocupação em que apenas estamos focados e concentrados numa coisa: aquilo que estamos a fazer. Se estivermos tristes saímos da água alegres, se tensos ficamos relaxados, se preocupados esquecemos o problema. É como se uma sessão de surf nos conectasse com a natureza, com uma parte central de nós próprios. E no fundo a onda é uma forma de energia em movimento que o surfista conecta e flui.

O surf conecta-nos com o momento, o momento presente. Uma lucidez mental consciente e atenta, uma focada concentração requerida, e uma sincronia perfeita para simplesmente apanhar a onda, encontrar o seu ritmo. O surf alivia as tensões e ansiedades, alivia e cura as depressões e tristezas, traz consciência (atenção às circunstâncias, à realidade), felicidade, satisfação, bem-estar, alegria, paz de espírito, leveza física e mental e claridade.

Atualmente – sobretudo nos países desenvolvidos onde o surf tem mais tradição – desenvolve-se muito o lado competitivo e comercial do desporto, mas independentemente da forma como se encara ou do caminho que se escolhe, o surf é uma terapia. É como se na onda todos os elementos naturais e os sentidos humanos entrassem em harmonia numa ausência atemporal de personalidade, de um constante ego que se procura afirmar.

Um momento em que o ser se rende humildemente à mãe-natureza, ao momento que o rodeia. Uma comunhão e aceitação tão procurada e ambicionada na esfera da espiritualidade, um modo de estar familiar à meditação.O próprio acto de surfar condições extremas como quando o mar está gigante ou perto de bancadas rasas de corais exige um exímio grau de foco e concentração. Por vezes apenas escassos centímetros de água separam o surfista do afiado coral e uma queda pode inclusive ser fatal. Surfar uma onda como Teahupoo (Tahiti) ou Pipeline (Havaí), ou praticar tow-in em ondas gigantes, requer esse tipo de concentração em que se torna indispensável que o surfista “clarifique e limpe a mente” antes de entrar na água.

No fundo é um treino mental em que o surfista necessita de concentração, calma e claridade para enfrentar lucidamente as situações. É isto que permite o estado sublime de sermos UM com a onda, de sermos a própria onda - uma forma única e singular que se movimenta e propaga numa energia natural com o seu próprio ritmo e pulsação. Os americanos chamam a este estado - a diluição do ser na onda - “stoked”, os havaíanos “hopupu”, nós poderíamos dizer “êxtase”. Resume-se tudo ao momento presente. A uma fluida espontaneidade em que o ser/surfista se desprende e liberta dos seus medos e dança e flui com a onda numa comunhão do agora. Um momento em que o ser é fiel e autêntico a si próprio.

sábado, 10 de novembro de 2007

A Força da Palavra

Se ainda não perceberam existe uma força em todas as palavras que emitimos e dependendo de como as expressamos, exercem uma força fenomenal.
Pessoas de natureza alegres procuram sempre transmitir palavras animadoras, outras, ao contrário transmitem palavras tristes. Há, ainda, algumas mais rancorosas que vociferam pelos quatro ventos.

Todos, cujas palavras a nós são dirigidas, ora ficamos tristes ou alegres, ou até machucados pelo resto de nossa vida.

Se toda expressão exerce uma força nas pessoas, há de se convir que da mesma forma existe o trabalho de uma força contrária, reunindo em torno de nós mesmos o que desejamos para os outros.
Por exemplo, se chamar pelo Pedro, logicamente virá o Pedro e se a Maria, será ela que responderá prontamente.
Isto se chama razão celeste, portanto, se habituarmos a dizer que a alegria é uma graça de Deus em qualquer circunstância que seja, logicamente a felicidade baterá em nossa porta.
Mas, por outro lado, se viver aborrecido, soltando palavras maléficas e tristes, mais dia menos dia a desgraça virá ao nosso encontro.

Pessoas com espiritualidades alegres dizem sempre palavras agradáveis e tornam-se mais felizes por pessoas felizes ajuntarem ao seu redor.

Em contrapartida, pessoas que se aborrecem por tudo, dizem palavras tristes e obscuras e tornam o seu redor ainda mais triste.
Cada vez que abrimos a boca estamos atraindo o que dizemos. Assim, as alegrias, as gratidões e as grandes emoções devem ser pronunciadas bem altas e em bom som para que todos possam ouvir.
Que alegria, graças a Deus, que felicidade. Devemos transmitir sempre palavras de elogio. Estas palavras devem ser ditas bem alto para ser ouvido até bem longe, contagaiando assim todas as pessoas ao redor.

Na palavra está estampada a força da alma de quem a pronuncia, portanto mesmo nos momentos sombrios, tentemos expressar de maneira alegre e encorajadora. Determinem fazê-lo por pelo menos três meses, com certeza sentirá uma mudança no ambiente familiar, transformando-o em sorrisos alegres e felizes.

Assim, Deus nos concedeu o excelente dom da palavra, no qual está a força fundamental capaz de transformar a predestinaçáo de qualquer pessoa.

-Harumi Murakami Kataoka-

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

domingo, 4 de novembro de 2007

"Meus Olhos"

Meus olhos,
Vêem estrelas; isto não pode ser verdade.
Vêem as plantas e os animais.
Ainda não consigo acreditar nisto.

Quem criou tudo isto?
Quem criou os sons dos pássaros e os tons das flores?
Quem criou estes oceanos e estas ondas maravilhosas?
Quem criou os sabores das frutas e da brisa?
Quem criou a minha capacidade de amar?
Quem me colocou no meio deste espetáculo?
Quem fez os meus amores?
Quem me fez?

Será que isto não é um sonho?
Ou será que o sonho é não ser consciente de tudo isto?

-Fabio Mocci Camargos-

sábado, 3 de novembro de 2007

A Mensagem

Viva, como se fosse o último dia...

Trabalhe, como se fosse para Deus...

Goste de todos, como se fosse amor...

Liberte-se, como se estivesse no fim de todas as dores.

Olhe tudo como se fosse obra de arte.

Caminhe, como se estivesse nas nuvens.

Abrace a todos, como se fossem seus filhos.

Perdoe, como se nunca tivesse sido ofendido.

Desapegue-se, como se não tivesse mãos.

Coopere, como se não houvesse luta.

Sorria, como se tudo fosse uma brincadeira.

Recomece, como se fosse a última chance.

Em qualquer ação, o importante é fazê-la com classe, como se fosse pela primeira vez, consciente de que o tempo não volta e que tudo é para sempre.


- Luis Antonio Gasparetto -